terça-feira, 3 de abril de 2012

Pastéis de Belém

Os «Pastéis de Belém» são diferentes dos «Pastéis de Nata», pois o seu creme não leva açúcar em ponto.

Esta é a receita dos «Pastéis de Belém» que eu comecei a fazer, já depois dos «Pastéis de Nata», por volta dos 14 ou 15 anos. Quando os fazia também passava uma tarde inteira a fazer doces, porque enquanto esperava que a massa descansasse começava outro doce "qualquer"! Agora, e se se comprar a massa folhada (já feita), pode-se fazer estes pastéis muito mais rapidamente. Ao contrário do que acontece nos «Pastéis de Nata», se a massa folhada dos «Pastéis de Belém» não ficar tão bem, a receita vai resultar igualmente bem.

Também gostávamos tanto deles que, quando os «Pastéis de Belém» ficavam prontos, os dividíamos logo e cada um guardava os seus o melhor que pudesse, porque se alguém os apanhava... nunca mais os víamos! (Eu escondia os meus dentro daquelas panelas enormes que quase só se usam para cozinhar no Natal, ou em momentos de maior "invasão" da casa. Panelas essas que também estavam guardadas num local pouco acessível, pois não eram muito utilizadas. Nunca fiquei sem nenhum!!! Às vezes lá dava um ou outro a quem já não tivesse nenhum! (Já a "esconder" os meus chocolates nunca fui muito bem sucedida, porque os meus irmãos encontravam... sempre... as minhas latinhas dos doces. É certo que não me dava ao trabalho de "esconder" os chocolates tão bem como os Pastéis!!!) )

Eu ainda gosto mais dos «Pastéis de Belém» do que dos «Pastéis de Nata». (Muuuuuuiiiiiito +!!!)



Ingredientes:

Para o folhado:

250 g de farinha de trigo (+ farinha para polvilhar)
0,125 l (aproximadamente) de água
150 g de margarina para folhados
50 g de margarina de culinária


Para o creme:

50 g de miolo branco de pão
0,5 l de leite
1 casquinha de limão
250 g de açúcar
6 gemas de ovo


Para os «Pastéis de Belém»:

canela em pó para polvilhar os pastéis
açúcar em pó para polvilhar os pastéis


Modo de preparação:


1º) Fazer a «massa folhada», assim:
  • Deitar as 250 g de farinha na mesa e abrir-lhe uma concavidade ao centro. Deitar nessa concavidade uma pitada de sal e os 0,125 l de água. Começar a envolver a farinha, no centro, com a água. Ir envolvendo e amassando toda a farinha com a água. Bater bem para a massa, até ficar elástica. Fazer uma bola com a massa, polvilhá-la com farinha e deixá-la repousar 30 minutos.
  • Entretanto, misturar as margarinas, e amassá-las bem em pasta bem ligada e amolecida, capaz de ser trabalhada com espátula.
  • Estender a massa sobre a mesa, com o rolo, polvilhado com o mínimo de farinha possível para não "pegar" mas também para não ficar com muita farinha agarrada. A massa deve formar um rectângulo com cerca de 3 mm de espessura e ficar muito lisa.
  • Com a espátula, e muito ao de leve, espalhar 1/3 da "pasta" de margarinas sobre a massa, mas com muito cuidado para não arranhar a massa. Evitar de espalhar muito a margarina até aos rebordos. Dobrar a massa estendida para dentro, em 3 partes que se sobrepõem (como um tríptico de 3 partes iguais que se fecha), e deixar descansar durante 5 minutos.
  • Voltar a estender a massa, segundo as indicações da fase anterior (voltar a espalhar o segundo 1/3 da "pasta" de margarinas e voltar igualmente a dobrar em 3). Deixar a massa descansar mais 5 minutos.
  • Voltar a estender a massa, segundo as indicações das duas fases anteriores (voltar a espalhar o último 1/3 da "pasta" de margarinas e voltar igualmente a dobrar em 3). Deixar a massa descansar mais 5 minutos.
  • Estender a massa de modo a formar um rectângulo e  que fique com uma espessura uniforme de menos de meio centímetro. Sempre que seja preciso, ao estender a massa, polvilhar a mesa ou a massa com um pouco de farinha para não pegar, mas só a indispensável.
  • Com um copo cuja "boca" seja do tamanho da abertura das formas, ou com o corta-massas, cortar rodelas de massa e colocá-las dentro das forminhas, aconchegando-as bem para o fundo com os dedos.
  • Depois com os polegares ligeiramente molhados em água fria, ir apertando a massa no fundo e nos lados das forminhas, de modo a que fique em camada mais fina no fundo, e mais grossa dos lados (a partir do meio para cima).

Nota: Não esquecer que a massa nas formas deve vir sempre um pouco acima dos bordos e deve ficar mais fina no fundo e mais grossa em cima.


2º) Preparar o creme, assim:
  • Esfarelar o miolo de pão para dentro de uma tigela.
  • Num tachinho, ferver o leite com a casquinha de limão.
  • Deitar o leite fervido (com a casquinha de limão) sobre o miolo de pão. Mexer muito bem e retirar a casquinha de limão. Deixar arrefecer um pouco. De seguida, juntar o açúcar, e mexer bem. Juntar as 6 gemas de ovos, e voltar a mexer muito bem. Finalmente, passar esta calda por um passador fino ou, na sua falta, pelo passe-vite ou por um triturador eléctrico.

3º) Acabar de preparar os «Pastéis de Belém», assim:
  • Depois de as formas estarem todas com o folhado, colocá-las num tabuleiro.
  • Encher um funil com o creme e, segurando o funil com uma das mãos e a abertura com a outra, encher as forminhas até 4/5 da sua altura. O enchimento com funil é feito para que não caia creme no bordo superior da massa folhada.
  • Pegar no tabuleiro com cuidado, para não entornar o creme, e levá-lo a cozer em forno muito quente (o mais próximo possível dos 300º C). Nos primeiros cinco minutos não abrir a porta do forno. Depois ir verificando. O tempo de cozedura é de cerca de 20 minutos. O tabuleiro com os pastéis deve ficar na parte superior do forno.
  • Depois de cozidos, retirar então o tabuleiro do forno e desenformar os pastéis com cuidado. Os pastéis são retirados das formas com a ponta de uma faquinha, caso não saiam à mão.
  • Polvilhar os pastéis com açúcar e canela.





Servir e... apreciar!!!

"ATENÇÃO": Os «Pastéis de Belém» devem ser servidos mornos!!!


Receita dos «Pastéis de Belém» das páginas 2 e 3 da «TELEculinária e doçaria» nº 157, de 31.Janeiro.1980, do Chefe António Silva, no 4º Volume (do número 153 ao 204).
[Receita da «Massa folhada» das páginas 4 a 6 da «TELEculinária e doçaria» nº 65, de 15.Fevereiro.1978, do Chefe António Silva, no 2º Volume (do número 53 ao 104).]




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