sábado, 23 de março de 2019

Cheesecake de Morangos

Esta é uma das minhas sobremesas preferidas!!! [E acho que é a sobremesa que mais recordações me tráz de algumas das "criaturinhas" que mais gostei de conhecer na minha vida, algumas das quais, felizmente, ainda a vão apreciando!!!]

Hoje (23.Março.2019 (Sábado)) dedico esta receita, de um modo mais particular, a duas pessoas de quem gosto muuuiiito!!! Uma é o Padre Luís Salvan (o meu Anjo da Guarda), que tanto adorava esta sobremesa!!! (Um dos meus Anjos da Guarda!)


Eu gosto mais de fazer esta sobremesa com, pelo menos, um dia de antecedência em relação ao dia em que é servida. Digo «pelo menos» porque eu gosto mais de o servir como gelado do que como semi-frio, pelo que pode ficar vários dias no congelador, antes de ser servido. Se se quiser servir como semi-frio, deve-se fazer o «cheesecake» apenas com um dia de antecedência em relação à data em que se quer servir.

Já o doce de morangos, prefiro fazê-lo cerca de 1 hora antes de servir a sobremesa.

A primeira vez que fiz o «Cheesecake do Morangos» respeitei a receita original, e foi para festejarmos um dos meus Aniversários. Salvo erro foi no Aniversário de 2005 ou pouco depois. Depois fui começando a fazer variações nos ingredientes e ia-as registando. Eu noto as diferenças no sabor consoante o tipo de bolachas, de manteiga, de natas e de queijos-creme que lhe ponho. Até dentro do mesmo tipo de ingrediente, noto diferenças no sabor consoante as marcas dos ingredientes.

Logo da primeira vez que o fiz toda a gente adorou. Só o meu pai é que apenas gostou porque ele não gosta de natas. Lá fui dando a receita, mas ás vezes dizem-me: «Não sei porquê, mas o meu não fica tão bom como o teu.».

E quase toda a gente que o prova adora!!!

A vez mais recente em que o fiz foi a 14.Setembro.2018 (6ªf), porque no dia a seguir íamos festeja cá em casa o Aniversário da minha irmã (Cláudia), que tinha sido a 13.Setembro.2018 (5ªf), e o do meu cunhado (Francisco), que tinha sido a 12.Setembro.2018 (4ªf). E embora não o tivesse dito a ninguém, fiz esse «cheesecake» nesse dia, não só por todos eles gostarem, mas sobretudo em homenagem ao meu Tio Gusto (Augusto), que tinha falecido a 02.Setembro.2018 (Domingo), e era das pessoas que mais gostava desta sobremesa.
Há mais de 10 anos, uma vez Ele celebrou a Festa de Aniversário Dele (que na realidade é a 18.Julho (Dia de Santa Marinha) e não a 14.Agosto, como estava registado) na casa da Tia Rosa (irmã dele, do meu pai, etc.). A filha disse-me uns dias antes. Disse que íamos festejar com um lanche-ajantarado. Eu perguntei-lhe o que é que ela queria que eu levasse. Ela disse-me que não queria que eu levasse nada. Eu disse-lhe que não podia ir sem levar nada. E disse-lhe que se calhar fazia o «Cheesecake de Morangos», que já tinha feito para levar para outras celebrações familiares. Então a minha prima disse-me que estava bem, até porque o pai lhe tinha dito: «Pode ser que a Xana faça aquela sobremesa boa!!!». Quando viu a sobremesa ficou todo contente!!! Ele não gostava de incomodar ninguém e ficou feliz por ver que eu fiz aquela sobremesa para o aniversário dele. Na realidade a Festa do Aniversário dele pareceu um Arraial de S. João. Ele até fez um Altar de S. João!!!

Desde a primeira vez que fiz esta sobremesa que a fiz muitas vezes. Mesmo assim acho que é em Itália que tinha e tenho os maiores fãs desta sobremesa!!! Nos Conventos era uma verdadeira perdição. Quer no Convento dos Frades Capuchinhos de Bassano del Grappa (Vicenza (Véneto (Itália))), quer no Conegliano (Treviso (Véneto Itália))).
O Padre Luís Salvan (Padre Alvise Salvan) era dos que mais gostava!!! Até lambia o prato!!! Mesmo nas fases em que não tinha grande apetite, o gelado «Cheesecake de Morangos» ia sempre. Mal o via os olhos começavam a brilhar-lhe e já não queria comer as coisas que deveria comer antes.
Mas havia mais que eram muito fãs. Até aqueles que não gostavam de doces.
Enquanto lá estava (durante 2 a 3 semanas) fazia-lhes esta sobremesa 2 a 3 vezes. A última era sempre para o dia anterior ao meu regresso ou para o dia do meu regresso (dependendo das horas dos voos de avião). E quando, de 3 em 3 anos, havia mais descolação de pessoas entre Conventos, procurava fazer para o dia da despedida dos que partiam. Fiz questão de fazer para a despedida do Padre Amedeo Bordignon, em Bassano del Grappa, e para a despedida do Padre Rino Panizzo, em Conegliano.
Os que mais me ficaram na memória, de tanto gostarem desta sobremesa foram, além do Padre Luís Salvan, por ordem cronológica: o Frade Pancrazio Guzzon, o Frade Alfredo Feracin e o Padre Antonio Moro.
Quando eu fiz a sobremesa, em Bassano del Grappa, e quando o Frade Pancrazio a provou pela primeira vez,  depois dizia-me/perguntava-me: «Aquela sobremesa que tu fazes é tão boa!!! Antes de ir embora podes voltar a fazê-la, pelo menos, uma vez???». Quando eu lhe dizia que sim, e que voltaria a fazer com muito gosto, ele dizia-me: «Diz-me o que faz falta comprar, que eu mesmo vou comprar tudo o que for preciso.». Eu lá lhe dizia que eu iria comprar tudo o que fizesse falta. E depois, em todos os anos em que ele e eu lá estávamos no Convento, sempre que eu fazia a sobremesa pela primeira vez nesse ano, o Frade Pancrazio voltava a dizer-me/perguntar-me mais ou menos o mesmo.
Embora o Frade Alfredo cronologicamente tivesse gostado da sobremesa antes do Padre Antonio, o Padre Antonio era dos mais entusiastas. Conheci o Padre António em Agosto-Setembro de 2014. (Quando voltei em Agosto-Setembro de 2015 ele já tinha "nascido para o Céu".) O Padre António tinha sérias dificuldades respiratórias. Se não fossem os aparelhos que usava, só aproveitava cerca de 2% do ar que respirava, o que não lhe permitiria viver. Apesar de tudo, era daqueles que vinha ao Refeitório fazer as refeições. E nessa altura trazia o tubinho do oxigénio "preso" a um aparelho que lhe permitia respirar, e que tinha mais ou menos o tamanho e a forma de um garrafão de vinho dos de 5 litros. Traziam-no numa cadeira de rodas, pousavam o aparelho num banco e ele depois ia escolher o que queria comer, porque o tubinho era muito comprido. E depois levava-se-lhe o que ele queria comer. [Quando estava no quarto, o aparelho que parecia um garrafão de vinho de 5 litros era encaixado noutro aparelho muito maior que parecia (na forma e no tamanho) um aspirador industrial enorme. (Dava-me pela cintura.)] Nos Conventos, e porque éramos muitos, e porque eu não tinha formas de fundo amovível, eu fazia a sobremesa num tabuleiro enorme de ir ao forno. Para conseguir tirar de lá o «cheesecake», punha folhas de alumínio sobreposta a virem um bocadinho por fora do tabuleiro,e depois conseguia tirar de lá a sobremesa direitinha e sem grandes dificuldades. E o resultado era um enorme rectângulo gelado. No refeitório estávamos sentados "em U". Eu gostava de começar a servir a partir do meu lado direito, "percorrendo todo o U". Saltava o meu lugar à frente e Frade Alfredo também queria que saltasse o dele, para ficarmos para o fim. Lembro-me que da primeira vez que fui para ficar (e não apenas de visita) no Convento de Conegliano, da primeira vez em que fiz esta sobremesa, diseram-me para ir servindo de acordo com a "hierarquia". Mas eu disse que preferia servir pela ordem, porque assim ninguém ficava triste, além de que os mais velhos não eram os "chefes da hierarquia", e lá me disseram que estava muito bem servir pela ordem que eu queria. E eu não corto logo tudo. Ia cortando uma tira do gelado à largura do gelado, e depois dava um pedaço a cada um consoante o tamanho que ele quisesse. Em 2014, da primeira vez que fiz estando lá o Padre Antonio, ele era logo o 2º ou 3º a ser servido (acho que era o 2º, mas de momento não estou a conseguir visualizar bem). Quando lhe perguntei se queria uma fatia grande ou pequena disse-me que queria 2 ou 3 fatias grandes, entendendo-se por grande terem a largura do tabuleiro. Até me "assustei", porque assim a sobremesa não chegava para todos. Ele era o 2º ou 3º a pedir, e além das pessoas que estavam no refeitório também deveria chegar para as pessoas da Enfermaria e para as pessoas que lá trabalham. Disse-lhe que era muito. Então ele disse-me: «Não te preocupes. Eu não como tudo agora. Quero levar para o meu quarto para comer depois também.». Eu lá lhe disse que não dava para levar para o quarto, porque era gelado e derretia. Quando percebeu disse-me para então lhe dar uma fatiazinha grandinha. Lá servi a todos. O penúltimo, do refeitório foi o Frade Alfredo, e a última fui eu. Nesse mesmo dia o Guardião de então (o Padre Andrea Cereser), ao ver a reação de quase todos os Frades, disse-me: «Oggi hai fatto un colpo di fulmine!». Eu não tinha ouvido bem o que ele tinha dito, pelo que ele repetiu. Depois, quando viu que eu não tinha percebido o que ele me tinha dito, explicou-me o que significava e disse-me: «Olha só para eles! Com esta sobremesa ficaram definitivamente rendidos a ti!!! Conquistaste-os de vez!!!».
O Frade Alfredo, embora não expressasse tão explicitamente o quanto gostava desta sobremesa, via-se que também adorava. E fazia questão de ser servido no fim. E até acabava por ter mais sorte!!!  Ele é que fazia as refeições do Convento à noite, e quando o cozinheiro estava de férias. E eu acho que cozinhava muitíssimo bem!!! Uma vez disse-me: «Eu não cozinho como tu. Tu podes ir comprar coisas. Eu cozinho aquilo que tiver disponível.». Eu lá lhe disse que ele cozinhava muito bem, e muito melhor do que eu!!!
Eu também fazia lá outras sobremesas, mas sem dúvida que esta e a «Mousse de Chocolate» eram aquelas de que mais gostavam. Sobretudo esta.
Só que lá em Itália, tirando o Verão de 2015, tive sempre que fazer tudo sem ajuda de batedeiras eléctricas, o que não é fácil tendo em conta as enormes quantidades e as temperaturas de 30 e tal graus centígrados. Isto para já não falar da enorme dificuldade que tinha para arranjar «leite condensado». Procurava e não encontrava latas. Depois, com a ajuda de um voluntário do Convento de Bassano del Grappa lá encontrei bisnagas (do género das nossas da pasta dos dentes) com leite condensado para atletas, numa enoteca. Na Enoteca «Venzo». [O voluntário telefonou para lá a perguntar se tinham. Explicou-me onde era e eu fui lá buscar. Os empregados vestiam smoking. Na caixa de pagamento, à minha frente, estava um casal de idade (sobretudo ele). Nunca vi tantas notas de 500 euros juntas. E ele pagou com uma. A esposa levava enormes jóias com diamantes daqueles que se vê que são verdadeiros.]
Os sabores também ficavam ligeiramente diferentes em Itália, por causa das marcas dos produtos serem diferentes.
Normalmente, e tal como cá em casa, fazia a sobremesa no dia anterior ao dia em que queria servi-la. E a parte melhor era aquela em que o aroma do doce de morango ficava a pairar pelo ar no Convento. (No Convento eu fazia o doce de morango logo depois de fazer o «cheesecake».]







Ingredientes:



Para a base:
1,5 pacotes de «bolachas torradas» (ou de «bolacha Maria»)
150 g de manteiga, com sal

Nota: Eu gosto mais de utilizar «bolacha torrada» para as bases de bolacha. Com «bolachas de aveia» também se obtém uma base muito boa.

Para completar o creme de queijo:

6 folhas de gelatina grandes (ou 9 folhas médias)
3 pacotes de natas (aproximadamente 3 x 200 ml = 600 ml)
1 lata de leite condensado
1 embalagem de queijo-creme (de barrar, ou «Ricotta», ou «Mascarpone», ou...), com cerca de 250 g

Nota: Eu gosto mais de fazer «cheesecakes» com queijo «Ricotta». Já fiz com queijo-reme de barrar. Também já fiz com queijo «Mascarpone», mas acho que fica com um sabor demasiado intenso. (Se calhar pode-se fazer com uma quantidade muito menor de queijo, se este for «Mascarpone».)


Para o doce de morangos:
250 g de morangos
10 colheres de sopa de açúcar





Modo de preparação:


1º) Preparar a base (de bolacha), assim:
  • Triturar as bolachas, numa picadora ou com um moínho. Colocar a bolacha, depois de triturada ou moída, dentro de uma tigela "grande".
  • Colocar a manteiga cortada aos pedacinhos, dentro de um tachinho ou de uma caneca de metal, e levá-la ao lume para derreter.
  • Virar a manteiga derretida na bolacha e, com as mãos ir misturando a manteiga à bolacha, não amassando os dois ingredientes, mas sim passando-os pelas mãos "como quem retira areia das mãos".
  • Assim que a manteiga e a bolacha estiverem bem unidas, virar este preparado dentro de uma forma de cheesecake (a qual tem o fundo amovível) e espapalhá-lo uniformemente pelo fundo da forma. Depois, com a palma de uma das mãos ir pressionando ligeiramente o preparado de bolacha em direcção ao fundo da forma. Levar a forma ao frigorífico.


2º) Preparar o creme de queijo, assim:
  • Colocar as folhas de gelatina de molho, em água fria, dentro de uma tigela pequena.
  • Colocar as natas numa tigela "grande", e batê-las muito bem.
  • Virar o leite condensado nas natas, aos poucos, e mexendo sempre e suavemente, com uma colher (de pau).
  • Caso este seja pouco cremoso, passar o queijo-creme por um coador, e deitá-lo no preparado anterior, aos poucos, mexendo sempre e suamente, com uma colher (de pau).
  • Escorrer bem as folhas de gelatina, e dissolvê-las em 3 colheres de sopa de água quente.
Nota: Eu quase sempre acabo por ter que levar a gelatina ao lume para a dissolver por completo, durante o tempo estritamente necessário. Gosto de colocar a água quente e as folhas de gelatina numa canequinha de metal, porque se for preciso irem ao lume não é necessário mudar de recipiente.
  • Mesmo que se tenha tido que acabar de dissolver a gelatina na água levando-a ao lume, normalmente, esta não fica muito quente. Virar a gelatina dissolvida (em água) no preparado anterior, aos pouquinhos, e mexer muito suavemente, até que o creme de queijo volte a ter um aspecto homogéneo.
3º) Acabar de preparar o «Cheesecake», assim:
  • Retirar a forma do frigorífico e colocar dentro dela o creme de queijo acabado de preparar.
  • Levar a forma ao frigorífico durante, pelo menos 8 horas. (Ou, se se preferir, ao congelador.)

4º) Preparar o doce de morangos, assim:
  • Lavar muito bem os morangos e retirar-lhes o pé.
  • Cortar os morangos aos cubinhos pequenos, colocando-os num tachinho. Juntar o açúcar aos morangos, e levar o tachinho ao lume, sem que o lume esteja demasiado forte. Ir mexendo, sempre, com uma colher (de pau), até ao momento em que, ao passar a colher (de pau) pelo fundo do tachinho, se abre claramente um caminho (ou uma estrada) no doce. Nessa altura, retirar o doce do lume e deixá-lo arrefecer.
Esta fase em que se faz o doce de morangos é uma das mais agradáveis ao olfacto!!! Fica a pairar um agradável aroma de doce de morangos no ar!!!



4º) Acabar de preparar o «Cheesecake de Morangos», assim:
  • Se o cheesecake ficou a solidificar no frigorífico, retirá-lo de lá cerca de 10 minutos antes da hora de o servir. Se ficou a solidificar no congelador, retirá-lo de lá cerca de 30 minutos antes da hora de o servir, e colocá-lo no frigorífico áté cerca de 10 minutos antes da hora de o servir
  • Abrir a forma e retirar-lhe a parte lateral.
  • Colocar a base da forma, com o cheesecake, num prato de servir. (Se se preferisse também se podia ter retirado a base da forma.)
  • Espalhar o doce de morangos sobre a superfície do cheesecake, com a ajuda de uma espátula ou de uma faquinha.
Esta é a fase em que esta sobremesa é mais agradável... de se ver!!! (O vermelhinho do doce de morangos sobressai muito mais agora sobre um fundo branquinho, e brilha imensamente!!!)


Servir e... apreciar!!!

(Esta é a fase em que esta sobremesa é mais agradável... ao paladar!!!)


Receita "mais ou menos"... minha!!! o resultado de muitas "experiências" numa receita que, assim que me lembrar, digo em que revista «Tele-Culinária» é que me inspirei para fazer a "minha" receita! Guardei tão bem a revista que ... não sei aonde!!! )

NOTA: Esta receita (a receita em si) estava passada e guardada como rascunho desde o período que vai de 21.Junho.2015 a 13. Outubro.2017, embora eu ache que desde 06.11.2016.



[Completei esta publicação HOJE (23.Março.2019 (Sábado)).]